Próxima Conferência:
«O Saber Nómada»
Prof. Doutor Eduardo Jorge Esperança
(Universidade de Évora)
Sexta-feira, 4 de Novembro, 17: 00 h,
Campus de Gambelas, Edifício da Faculdade de Economia, Anfiteatro -1A,
Sinopse do Estudo sobre “O sector não Lucrativo Português numa perspectiva comparada”, da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa e John Hopkins University
Foi, finalmente, apresentado o primeiro estudo exaustivo sobre o sector não lucrativo em Portugal. Este era um trabalho há muito esperado por todas as entidades, trabalhadores e voluntários, que esperavam ver reconhecida a sua importância na economia portuguesa. Este tipo de organizações e pessoas têm vindo a colmatar as lacunas registadas ao nível do sector público e privado lucrativo. A “providência” é então assegurada por uma importante fatia da nossa sociedade. O que este estudo traz de relevante é a medida desse suporte (seja formal ou informal).
Reconhece-se a dificuldade de medir este sector, por duas razões: i) dificuldade de operacionalização do conceito (que tem vindo a ser assimilado por denominações transversais, tais como: terceiro sector, sociedade civil, economia social e/ou solidária, etc.); ii) inadaptação do sistema estatístico à medida desta realidade.
A apresentação dos resultados decorreu na sexta-feira, 28 de Outubro de 2005, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Assinalam-se alguns dados de relevo:
Representação da sociedade civil em Portugal (dados 2002)
5,2 mil milhões de euros de despesas
4,2% do PIB
227.292 trabalhadores a tempo inteiro, dos quais 70,4% eram remunerados
67.342 voluntários a tempo inteiro
4,2% da população activa
5% do emprego não agrícola
As organizações enquadram-se, maioritariamente, no sector dos serviços, sendo os serviços sociais os que representam a fatia maior da sociedade civil portuguesa (48%). A menor representação é registada na área de desenvolvimento/habitação (1%), apresentando um valor muito abaixo do registado nos países em estudo (7%)
Ao contrário do que é, muitas vezes, preconizado, a maior fonte de fundos provém de receitas próprias (48%), seguindo-se os fundos públicos e filantrópicos (40% e 12% respectivamente)
Algumas curiosidades sobre o sector:
Emprega 8 vezes mais do que a maior empresa privada portuguesa (SONAE)
Emprega mais trabalhadores que todo o sector de transportes em Portugal
Por comparação com o sector da construção civil – um dos sectores mais dinâmicos da nossa actividade económica – assume o rácio de 1 para 3 em capacidade empregadora
A sociedade civil portuguesa apresenta um perfil muito próximo do registado em Espanha e Itália
Face aos 38 países em que o estudo foi desenvolvido, Portugal situa-se em 18ª posição, no que se reporta à representação da força de trabalho das organizações da sociedade civil face à população activa. Sublinham-se os seguintes resultados comparativos, relativamente à representação dessa força de trabalho:
É a Holanda que se situa no topo da lista, em que 14,4% da sua força de trabalho se inclui no sector
No mesmo indicador, Espanha apresenta um valor de 4,3% e Itália de 3,8%
O país em que se revelou menor representação da força de trabalho no sector foi o México (0,4%).
Está ainda em curso um trabalho paralelo, centrado na análise de estudos de caso. No próximo ano, mais dados serão publicados sobre o sector em Portugal.
Vanessa Duarte de Sousa
"O inesperado surpreende-nos. É que nos instalamos de maneira segura nas nossas
teorias e ideias, e estas não têm estrutura para acolher o novo. Entretanto, o
novo brota sem parar. Não podemos jamais prever como se apresentará, mas deve-se esperar a sua chegada, ou seja, esperar o inesperado. E quando o inesperado se
manifesta, é preciso ser capaz de rever as nossas teorias e ideias, em vez de
deixar o facto novo entrar à força na teoria incapaz de recebê-lo".
Angústia da morte: medo de deixar de viver. Sentido da vida: ninguém sabe o que
é. O problema lógico é evidente: como se pode ter medo de deixar de usufruir de
algo cujo sentido se desconhece?
There are no hard distinctions between what is real and what is unreal, nor between what is true and what is false. A thing is not necessarily either true or false; it can be both true and false." I believe that these assertions stillhttp://www.haroldpinter.org/home/index.shtml
make sense and do still apply to the exploration of reality through art. So as a writer I stand by them but as a citizen I cannot. As a citizen I must ask: What
is true? What is false?
I'm not sure that I'm in agreement with the premise of this discussion. Or,
rather, I am pretty sure that I am not in agreement with it. While I don't think
sociology should be irrrelevant, I do think the usual ways of talking about
these questions take too much for granted, especially what sociology should be
relevant to, and how we ought to try to maximize that relevance.
My basic
fear is that trying to make sociology relevant will inevitably and necessarily
make it irrelevant. Why? Because we will look at "problems" as they are framed
by others. That will, in turn, lead us to ignore those elements of a situation
that might actually be relevant to the solution of serious problems. (...)
Onde pára o debate acerca do desenvolvimento regional?
Excerto do artigo Ferrão, João (2004), “Uma política regional para Portugal: sugestões para um programa de acção” Sociedade e Território – Revista de estudos urbanos e regionais, 37 / 38.
A “questão regional” surge, assim, pouco valorizada e, pior do que isso, demasiado associada em termos de opinião pública, a um conjunto de temas limitados e muito marcada por estereótipos de diverso tipo: a oposição Norte-Sul, o ‘interior’, a disputa pelo acesso a fundos comunitários”.