Sociologia na UAlg

31.10.05

Sociologia ao fim da tarde II

Próxima Conferência:
«O Saber Nómada»

Prof. Doutor Eduardo Jorge Esperança
(Universidade de Évora)
Sexta-feira, 4 de Novembro, 17: 00 h,
Campus de Gambelas, Edifício da Faculdade de Economia, Anfiteatro -1A,

Em jeito de brincadeira...

Não é Louis Althusser, não é Bowles e Gintis, não é Baudelot e Estabelet, nem sequer Bourdieu e Passeron...

Pois é... é Eça de Queiroz

"A primeira vantagem da Universidade, como instituição social, é a separação que se forma naturalmente entre estudantes e futricas, entre os que apenas vivem de revolver ideias ou teorias e aqueles que vivem do trabalho. Assim, o estudante fica para sempre penetrado desta grande ideia social: que há duas classes - uma que sabe, outra que produz. A primeira, naturalmente, sendo o cérebro, governa: a segunda, sendo a mão, opera, e veste, calça, nutre e paga a primeira.
Dois mundos - como diz o nosso poeta Gavião - que se não podem confundir e que, vivendo à parte, com fins diferentes, caminham paralelamente na civilização, um com o título egrégio de Bacharel, outro com o nome emblemático de Futrica. Bachareis são os políticos, os oradores, os poetas, e, por adopção tácita, os capitalistas, os banqueiros, os altos negociadores.
Fruticas são os carpinteiros, os trolhas, os cigarreiros, os alfaiates. O Bacharel, tendo a consciência da sua superioridade intelectual, da autoridade que ela lhe confere, dispõe do mundo: ao Futrica resta produzir, pagar para que o Bacharel possa viver, e rezar ao Ser Divino para que proteja o Bacharel.
O Bacharel, sendo o Espírito, deve impedir que o Futrica, que é apenas a matéria, aspire a viver como ele, a pensar como ele, e, sobretudo, a governar como ele. Deve mantê-lo portanto no seu trabalho subalterno, que é o seu destino providencial. E isto porque um sabe e o outro ignora. Esta ideia de divisão em duas classes é salutar, porque assim, educados nela os que saem da Universidade não correm o perigo de serem contaminados pela ideia contrária - ideia absurda, ateia, destruidora da harmonia universal - de que o futrica pode saber tanto como sabe o Bacharel. Não. não pode: logo as inteligências são desiguais, e assim fica destruído esse princípio pernicioso da igualdade das inteligências, base funesca de um socialismo perverso."
Eça de Queiroz em O Conde de Abranhos.


João Martins

29.10.05

Sinopse do Estudo sobre “O sector não Lucrativo Português numa perspectiva comparada”, da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa e John Hopkins University

Foi, finalmente, apresentado o primeiro estudo exaustivo sobre o sector não lucrativo em Portugal. Este era um trabalho há muito esperado por todas as entidades, trabalhadores e voluntários, que esperavam ver reconhecida a sua importância na economia portuguesa. Este tipo de organizações e pessoas têm vindo a colmatar as lacunas registadas ao nível do sector público e privado lucrativo. A “providência” é então assegurada por uma importante fatia da nossa sociedade. O que este estudo traz de relevante é a medida desse suporte (seja formal ou informal).
Reconhece-se a dificuldade de medir este sector, por duas razões: i) dificuldade de operacionalização do conceito (que tem vindo a ser assimilado por denominações transversais, tais como: terceiro sector, sociedade civil, economia social e/ou solidária, etc.); ii) inadaptação do sistema estatístico à medida desta realidade.
A apresentação dos resultados decorreu na sexta-feira, 28 de Outubro de 2005, na Fundação Calouste Gulbenkian.
Assinalam-se alguns dados de relevo:
Representação da sociedade civil em Portugal (dados 2002)
5,2 mil milhões de euros de despesas
4,2% do PIB
227.292 trabalhadores a tempo inteiro, dos quais 70,4% eram remunerados
67.342 voluntários a tempo inteiro
4,2% da população activa
5% do emprego não agrícola

As organizações enquadram-se, maioritariamente, no sector dos serviços, sendo os serviços sociais os que representam a fatia maior da sociedade civil portuguesa (48%). A menor representação é registada na área de desenvolvimento/habitação (1%), apresentando um valor muito abaixo do registado nos países em estudo (7%)
Ao contrário do que é, muitas vezes, preconizado, a maior fonte de fundos provém de receitas próprias (48%), seguindo-se os fundos públicos e filantrópicos (40% e 12% respectivamente)
Algumas curiosidades sobre o sector:
Emprega 8 vezes mais do que a maior empresa privada portuguesa (SONAE)
Emprega mais trabalhadores que todo o sector de transportes em Portugal
Por comparação com o sector da construção civil – um dos sectores mais dinâmicos da nossa actividade económica – assume o rácio de 1 para 3 em capacidade empregadora
A sociedade civil portuguesa apresenta um perfil muito próximo do registado em Espanha e Itália
Face aos 38 países em que o estudo foi desenvolvido, Portugal situa-se em 18ª posição, no que se reporta à representação da força de trabalho das organizações da sociedade civil face à população activa. Sublinham-se os seguintes resultados comparativos, relativamente à representação dessa força de trabalho:
É a Holanda que se situa no topo da lista, em que 14,4% da sua força de trabalho se inclui no sector
No mesmo indicador, Espanha apresenta um valor de 4,3% e Itália de 3,8%
O país em que se revelou menor representação da força de trabalho no sector foi o México (0,4%).

Está ainda em curso um trabalho paralelo, centrado na análise de estudos de caso. No próximo ano, mais dados serão publicados sobre o sector em Portugal.

Vanessa Duarte de Sousa

28.10.05

Ilha Deserta 'for sale'

JFM

27.10.05


Inovação?!... Porquê Inovar?

Fala-se hoje muito em Inovação. Ainda há dúvidas acerca deste conceito tão abrangente e 'novo' aos olhos de muitos. Muitos pensam que este conceito é apenas relativo às tecnologias: são coisas dos 'tempos modernos'!
Esta ideia representa nada mais do que um mito: senão ainda hoje não teria sido inventada a 'roda' ou não teria sido descoberto o 'fogo'! Além do mais a Inovação estende-se às mais variadas áreas. É um conceito com múltiplas dimensões. Se é verdade que temos de inovar na área das tecnologias, também é verdade que os cientistas sociais têm o desafio da inovação à sua frente, como nos mostra Edgar Morin:


"O inesperado surpreende-nos. É que nos instalamos de maneira segura nas nossas
teorias e ideias, e estas não têm estrutura para acolher o novo. Entretanto, o
novo brota sem parar. Não podemos jamais prever como se apresentará, mas deve-se esperar a sua chegada, ou seja, esperar o inesperado. E quando o inesperado se
manifesta, é preciso ser capaz de rever as nossas teorias e ideias, em vez de
deixar o facto novo entrar à força na teoria incapaz de recebê-lo".

Talvez esta reflexão dê a entender a importância de sermos inovadores em tudo o que fazemos.

Ana Rita Cruz

Guerra Civil

A guerra está aí, todos os dias e sob muitas formas. Algumas delas começam a ser vislumbradas e denunciadas - como é o caso do sangrento morticínio que se repete nas estradas todos os dias.
Mas há outras formas - e mais insidiosas, endémicas e por isso mesmo mais eficazes também - de implicação da comunidade civil num permanente combate fratricida.
A Sociologia considera que cada comunidade funciona segundo mecanismos de integração e de antagonismo - e são estes últimos que, quando atingem pontos de saturação, despoletam a situação de guerra. Ora, os fenómenos de antagonismo multiplicaram-se através dos tempos e, por sobre isso, crescem hoje também em qualidade e intensidade, que já não só em quantidade. Basta pensar-se na infinidade de "comodidades" que o capitalismo moderno oferece a um mercado composto de pessoas com cada vez menos capacidade para de modo realista as alcançarem. A imensa oferta de bens (e serviços) gera o apetite difícil de controlar, quando não novas "necessidades" impossíveis de satisfazer. Enquanto assim nasce a frustração, estimulam-se a comparação, a emulação, a competição - e despontam ao lado a inveja, o despeito e, no epílogo, a agressividade. E a agressividade, germinada neste terreno de cultura da luta por poder, facilmente se destila em agressão.
Muitos outros são os focos do antagonismo social. Veja-se, para se pensar só no principal, que a vida começa para qualquer cidadão pela procura e obtenção de emprego. Para conseguir emprego há que vencer concursos - e o concurso é uma refinadíssima fonte de antagonismo: cada opositor é um obstáculo (pior: mais um obstáculo) a interpor-se entre o sujeito e o seu objectivo. Adicionado a este "caldeiro de brasas" o lastro, cada vez mais inflamado, da cunha-afilhadismo, o que temos? Um regimento de favorecidos armados de arrogante impunidade, frente a frente com uma multidão de injustiçados tomados do único sentimento em que são livres: a revolta. Mistura explosiva.
Pois é: a vida moderna e as modernas formas de turvar a ética com a conveniência adubam a pulsão antagonista e nervosa que germina no género humano. (...)

(anónimo)

26.10.05

Actores sociais, compromissos colectivos

Investir no futuro colectivo parece muitas vezes uma miragem em sociedades em que o factor económico tende a ser o referencial das coordenadas estratégicas e políticas.
As pistas de reflexão lançadas, no domínio da responsabilidade social das empresas (RSE), têm revelado que "não há nenhuma contradição entre melhorar o contexto competitivo e denotar um sério empenho no melhoramento da sociedade" (Porter e Kramer, 2002).
Apesar de ser uma parte restrita do debate acerca do desenvolvimento, a noção de RSE permite reflectir sobre a importância do contributo das organizações para o compromisso colectivo do desenvolvimento sustentável.
Afinal, a palavra 'economia' significa, na sua origem, harmonia.

Leitura aconselhada:
Rego, Arménio et al. (2003) Gestão Ética e Responsabilidade Social das Empresas. Um Estudo da Situação Portuguesa. Cascais: Principia.

Susana Cabaço

24.10.05


Liberdade
Armindo Rodrigues

Ser livre é querer ir e ter um rumo
e ir sem medo,
mesmo que sejam vãos os passos.
É pensar e logo
transformar o fumo
do pensamento em braços.
É não ter pão nem vinho,
só ver portas fechadas e pessoas hostis
e arrancar teimosamente do caminho
sonhos de sol com fúrias de raiz.
É estar atado, amordaçado, em sangue exausto

e, mesmo assim,
só de pensar gritar
gritar
e só de pensar ir
ir e chegar até ao fim.

20.10.05

Sociologia ao Fim da Tarde II

No âmbito da disciplina de Seminário do 4º da Licenciatura em Sociologia da Universidade do Algarve, a Direcção do Curso organizou um ciclo de conferências em Ciências Sociais ao qual deu o nome de «Sociologia ao Fim da Tarde II».
Estas conferências visam contribuir para a troca de experiências entre estudantes, docentes e investigadores e para a reflexão conjunta em torno de trabalhos de investigação em curso ou já concluídos.
Os destinatários são essencialmente os estudantes e docentes da licenciatura em Sociologia e de outras licenciaturas da UAlg, bem como os sociólogos e cientistas sociais eventualmente interessados nas problemáticas abordadas.

Próxima Conferência:
Inserção profissional dos diplomados
Professora Doutora Ana Leston Bandeira
Sexta-feira, 21 de Outubro, 17: 00 h,Campus de Gambelas, Edifício da Faculdade de Economia, Anfiteatro -1A

O Director do Curso de Sociologia
João Filipe Marques


Musical Hits

Neste site podem descobrir a música que estava nos top's no dia em que nasceram.
Boas descobertas e divirtam-se!

http://www.everyhit.com/dates/

Ana Rita Cruz

19.10.05


Jornais de todo o mundo

As primeiras páginas dos jornais de hoje em todo mundo.
Cada bolinha "laranja" nos mapas dos continentes, são jornais de cidades daquele estado ou País, clíca e todo dia tem a 1ª página de cada jornal. Ao posicionar sobre a bolinha desejada, ao lado, aparece a 1ª página dos jornais, e clicando sobre a bolinha, tem a página em tamanho maior, para facilitar a sua visualização.

http://www.newseum.org/todaysfrontpages/flash/

Problema lógico

Encontrei-o numa nota de rodapé de uma crónica do Miguel Vale de Almeida, não pude deixar de o reproduzir sem mais:
Angústia da morte: medo de deixar de viver. Sentido da vida: ninguém sabe o que
é. O problema lógico é evidente: como se pode ter medo de deixar de usufruir de
algo cujo sentido se desconhece?

JFM

Para reflectir,

Sobre a função social dos sociólogos e da sociologia

"Através do sociólogo - agente histórico historicamente situado, sujeito social socialmente determinado - a história, isto é, a sociedade na qual ela subsiste, volta-se por um momento sobre si própria e faz uma reflexão; e, através dele, todos os agentes sociais podem saber um pouco melhor o que são e o que fazem."

Pierre Bourdieu, 1982

Lição inaugural proferida no Colégio de França, em 23 de Abril de 1982.

João Martins

18.10.05

Mais pesquisa e inovação: investimento no crescimento e emprego

Este é o título do Relatório da Comissão Europeia, adoptado a 12 de Outubro, que prevê a criação de um plano de acção para que se atinjam algumas das metas da Estratégia de Lisboa (2000). Como meta quantitativa espera-se que o investimento em Investigação e Desenvolvimento atinja 3% do PIB dos Estados membros da União Europeia.
Para aceder ao relatório completo:
http://europa.eu.int/invest-in-research/pdf/comm_native_com_2005_0488_4_en_acte.pdf

17.10.05


Carta Cultural Ibero-Americana

Segundo o Observatório do Algarve, "os participantes na XV Cimeira Ibero-americana de chefes de Estado e de Governo, hoje encerrada, acordaram avançar com a elaboração de uma Carta Cultural Ibero-Americana que dê prioridade aos direitos culturais e ao património cultural e natural. Um documento sobre o tema, anexado à Declaração de Salamanca, refere ainda que a Carta Cultural dará também prioridade aos vínculos da cultura com o desenvolvimento, a educação, a formação, a inovação, a economia, o emprego, o ambiente, o turismo, a ciência e a tecnologia.
Na Carta, que terá em conta as conclusões da VIII Conferência Ibero-Americana da Cultura, realizada em Córdova, são estabelecidos os princípios que permitem "afirmar o valor fundamental da cultura como base indispensável para o desenvolvimento integral do ser humano e para a coesão social dos povos".
É ainda referido o papel da cultura num "desenvolvimento integral que contribua para superar a pobreza e a desigualdade, e promover e proteger as identidades culturais dos povos ibero- americanos, incluindo as suas línguas e tradições".
O texto, que detalha 15 objectivos para a Carta Cultural, defende o diálogo intercultural, a protecção e a difusão do património cultural e natural, o incentivo às obras científicas e culturais, o reforço dos sistemas educativos da região e a adopção de medidas para aumentar a diversidade cultural e reconhecer a riqueza que decorre das migrações."


Conferência Problemas de comportamento e aprendizagem em idade escolar

Dr. João Lopes

Auditório da Biblioteca Municipal de Faro, dia 21 de Outubro, às 21 horas.
Inscrições 289872690
Iniciativa: Projecto “Integrar para Educar”/Divisão Acção Social (CMF)

16.10.05


A pobreza em Portugal

Segundo a Associação Oikos (ONGD portuguesa - organização não governamental para o desenvolvimento), em declarações à edição online do Público, "Portugal é, de longe, o país da União Europeia onde os ricos são os mais ricos e os mais pobres são os mais pobres. Todo o discurso político, da comunicação social e da sociedade civil é em relação ao crescimento económico e à redução do défice público. Desta forma só se abrange 80 por cento dos mais ricos, esquecendo dos 20 por cento dos mais pobres.
Mas a realidade da pobreza é pior. Porque pobreza não é meramente falta de dinheiro, é também falta de acesso às necessidades que conferem dignidade na vida portuguesa."
Estes dados foram apresentados hoje, véspera do Dia Mundial para a Erradicação da Pobreza.

Susana Cabaço

15.10.05

Sociologia ao Fim da Tarde II

No âmbito da disciplina de Seminário do 4º da Licenciatura em Sociologia da Universidade do Algarve, a Direcção do Curso organizou um ciclo de conferências em Ciências Sociais ao qual deu o nome de «Sociologia ao Fim da Tarde II».

Estas conferências visam contribuir para a troca de experiências entre estudantes, docentes e investigadores e para a reflexão conjunta em torno de trabalhos de investigação em curso ou já concluídos.

Os destinatários são essencialmente os estudantes e docentes da licenciatura em Sociologia e de outras licenciaturas da UAlg, bem como os sociólogos e cientistas sociais eventualmente interessados nas problemáticas abordadas.

Próxima Conferência:
Inserção profissional dos diplomados
Professora Doutora Ana Leston Bandeira
Sexta-feira, 21 de Outubro, 17: 00 h,Campus de Gambelas, Edifício da Faculdade de Economia, Anfiteatro -1A

O Director do Curso de Sociologia
João Filipe Marques



A propósito...

Estas autárquicas foram marcadas pela originalidade. Se uns dão chouriços outros preferem oferecer "um bacalhau com todos" (campanha do PS para a juntade freguesia de Grândola). Portanto, aqui vai uma mensagem para os responsáveis pelo marketing dos potenciais autarcas: da próxima vez podem tentar outras iguarias gastronómicas do nosso maravilhoso país, pois parecedar resultado. Não é, então, de estranhar que daqui a quatro anos vejamos em cartazes de campanha um "Manuel COZIDO À PORTUGUESA", uma "Maria AÇORDA ALENTEJANA", ou um "António ENSOPADO DE BORREGO".

(Anónimo)

13.10.05


Ainda sobre as autárquicas...

O fenómeno da abstenção em Potugal tem vindo, cada vez mais, a ganhar contornos de 'normalidade'. Apesar das percentagens elevadas em cada acto eleitoral, este fenómeno é cada vez menos discutido.
No passado dia 9 de Outubro os portugueses foram chamados às urnas para decidirem o futuro das suas Autarquias. A percentagem total de abstenção foi de 39,03 para o território nacional.
No distrito de Lisboa a abstenção foi de 46,95%, assemelhando-se às últimas eleições Autárquicas, em 2001 (47,38%).
Parece-me que esta questão não tem sido devidamente comentada!
Se compararmos o nível de instrução do distriro de Lisboa com outros distritos do país, verificamos que Lisboa é um distrito claramente em vantagem. Se pensarmos que os eleitores do distrito de Lisboa se encontram mais próximos da Decisão Política (do que todos os outros) esta situação torna-se ainda mais bizarra.
Poderiamos associar este fenómeno a variadas questões: a desconfiança política e conformismo gerados pelo contexto económico, ou até às condições atmosféricas!
Mas o importante a salientar é que continuam a registar-se elevados números de abstenção que indicam (por um motivo ou por outro) o desinteresse dos cidadãos. Penso que deveriamos debater mais este problema, e acima de tudo arranjar soluções para combatê-lo, e não torná-lo invisível.
Se assim não fôr, de que adiantam as eleições? Para quê a Democracia?

(Dados: STAPE - Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral)

Ana Rita Cruz


Harold Pinter laureado com o Nobel da Literatura


There are no hard distinctions between what is real and what is unreal, nor between what is true and what is false. A thing is not necessarily either true or false; it can be both true and false." I believe that these assertions still
make sense and do still apply to the exploration of reality through art. So as a writer I stand by them but as a citizen I cannot. As a citizen I must ask: What
is true? What is false?
http://www.haroldpinter.org/home/index.shtml

Segundo a edição online do jornal Público, "a academia sueca descreveu Pinter como um escritor "que, nas suas peças, descobre o precipício sob a conversa fútil do dia-a-dia e força a entrada nas salas fechadas da opressão".Harold Pinter "devolveu o teatro aos seus elementos básicos: um espaço fechado e diálogos imprevisíveis onde as pessoas estão à mercê umas das outras e em que o presente se desmorona".
O dramaturgo, que recebe o Prémio Nobel aos 75 anos de idade, assinou peças como "The Room", "The Birthday Party", "The Dumb Waiter" e "The Caretaker", todos traduzidos para português pela editora Relógio de Água. Muitos dos seus textos foram representados em Portugal pela companhia lisboeta Artistas Unidos.
Nascido em Londres em 10 de Outubro de 1930, Pinter, que começou a sua carreira como actor e escreveu a sua primeira peça em 1957, é “geralmente considerado como o maior representante do teatro dramático inglês da segunda metade do século XX”, sublinha a Academia."

12.10.05

Sociologia no Algarve

Esta é a lista de correio electrónio de estudantes eprofissionais de Sociologia do Algarve. Pretende constituir-se como um espaço aberto, de troca de experiências e informações que permitam uma cooperação cada vez mais estreita e organizada entre as pessoas da região, com formação em Sociologia. Queremos contribuir para o desenvolvimento desta ciência no Algarve e alargar os contactos com outras pessoas e organizações, de outras regiões do país ou do estrangeiro que estudam e trabalham, igualmente, neste domínio. O alargamento e a animação da rede é da responsabilidade de todos. Faz os teus contactos e traz mais amigos para o grupo!
sociologialgarve@yahoogrupos.com.br

Contacto para inscrição:
nelsondias@sapo.pt

Encontro “Pobreza e Intervenção Social, que perspectivas?”

Auditório da Biblioteca Municipal de Faro
17 Outubro de 2005

9.30h
Abertura do Secretariado
10.00h
Sessão de Abertura
António Pina, Governador Civil de Faro
José Vitorino, Presidente da Câmara Municipal de Faro
Jorge Botelho, Director do Centro Distrital de Segurança Social de Faro
Graça Baptista, Vice - Coordenadora do Núcleo Distrital de Faro da Rede Europeia Anti- Pobreza/ Portugal

10.45h
redes sociais: experiências de trabalho em rede

Moderador: Vanessa Sousa, Universidade do Algarve
Convidados:
Rede Social de Loulé – das 10.45h e as 11.15h
Dr. Manuel Possolo Morgado Viegas
(Vereador do Pelouro de Acção Social e Presidente do CLAS)
Dra. Fátima Martins
(Chefe de Divisão da Acção Social e Coordenadora do Núcleo Executivo)
Dra. Sara Martins (Técnica Superior de Serviço Social da Rede Social)
Rede Social de Tavira – das 11.15h às 11.45h
Dra. Teresa Custódio (Técnica da Rede Social)

12.00h
Debate

Almoço Livre

14.00h

Projectos de Luta contra a pobreza/ Progride: Avaliação e Mudança

Moderador: Nelson Dias, Associação In Loco
Convidados:

Projectos de Luta Contra a Pobreza

Projecto “Pensar a Serra de Silves” – das 14.00h às 14.30h
Entidade Promotora: Câmara Municipal de Silves
Entidade Executora: Santa Casa da Misericórdia de Silves
Dra. Ana Martins – Técnica do Projecto
Dra. Ana Paiva – Técnica do Projecto

Projecto “Bairro do Chinicato/ Duna” – das 14.30h às 15.00h
Entidade Promotora/ Executora: Centro de Assistência Social Lucinda Anino dos Santos
Dr. Nuno Ferro (Sociólogo e Coordenador do Projecto)

PAUSA (15m)

PROGRIDE – Programa para a Inclusão e Desenvolvimento (Medida 1)

Projecto “Banco Alimentar” – das 15.15h às 15.45h
Entidade Promotora: Câmara Municipal de Loulé
Entidade Executora: Existir – Associação para a Intervenção e Reabilitação de Populações Deficientes e Desfavorecidas
Dr. José Brás (Presidente da Associação Existir)
Dra. Andreia de Sousa (Técnica Superior de Educação e Intervenção Comunitária)

Projecto “Alcatruz” – das 15.45h às 16.15h
Entidade Promotora: Câmara Municipal de Tavira
Entidade Executora: Fundação Irene Rolo
Dr. Pedro Fernandes (Coordenador do Projecto)

16:30h
Debate

17.00h
Encerramento

Carlos Andrade, Coordenador do Núcleo Distrital de Faro da Rede Europeia Anti- Pobreza/ Portugal
Ana Cristina Linhares, Directora da Unidade de Protecção Social de Cidadania do Centro Distrital de Segurança Social de Faro

Inscrição:
A Ficha de inscrição deve ser enviada, até 13 de Outubro, para:
Rua Dr. Jerónimo Osório, nº 5 - 2º dtº 8000-307 Faro
Telf. 289802660
Mail: n.faro@reapn.org

Diz-se...

"O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã".
Leonardo da Vinci

"Deviam parar com a demagogia sobre as massas. As massas são rudes, sem preparação, ignorantes, perniciosas em suas reivindicações e influências. Não precisam de lisonjas mas de instrução."
Ralph Emerson


"Não se conhece completamente uma ciência enquanto não se souber da sua história."
Curso de Filosofia Positiva


"Aprender com a experiência dos outros é menos penoso do que aprender com a própria."
José Saramago

11.10.05



Participação e resultados eleitorais

9 de Outubro foi o dia das eleições autárquicas, que introduziu mudanças no poder local. No Algarve, em termos de participação dos eleitores que cumpriram o seu dever cívico os resultados foram próximos daqueles verificados nas eleições autárquicas de 2001 - 57,57% (2005) e 57,84 (2001).
Em termos de cor política, em 7 dos 16 municípios algarvios foi eleito o Partido Socialista e nos restantes 9 municípios foram eleitas listas do Partido Social Democrata.
Relativamente à participação de grupos de cidadãos que criaram listas de candidatura a câmaras municipais, verificou-se apenas uma candidatura independente, em Portimão. Estes valores aumentam expressivamente relativamente às juntas de freguesia, registando-se 11 candidaturas independentes (em 2001, tinham-se apresentado 5 candidaturas independentes às juntas de freguesia).

(Dados: STAPE - Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral)

Susana Cabaço

8.10.05

Links interessantes:

Guia Virtual para Ciências Sociais
http://www.ics.ul.pt/guiavirtual/

Dicionário Crítico de Ciências Sociais
http://www.ucm.es/info/eurotheo/diccionario/

Making Sociology relevant to Society

Howard S. Becker
(Excerto da comunicação apresentada no encontro da Associação Europeia de Sociologia em Murcia, Espanha, 2003)


I'm not sure that I'm in agreement with the premise of this discussion. Or,
rather, I am pretty sure that I am not in agreement with it. While I don't think
sociology should be irrrelevant, I do think the usual ways of talking about
these questions take too much for granted, especially what sociology should be
relevant to, and how we ought to try to maximize that relevance.
My basic
fear is that trying to make sociology relevant will inevitably and necessarily
make it irrelevant. Why? Because we will look at "problems" as they are framed
by others. That will, in turn, lead us to ignore those elements of a situation
that might actually be relevant to the solution of serious problems.
(...)

(http://home.earthlink.net/~hsbecker/relevant.htm)

7.10.05

Sociologia ao Fim da Tarde II

No âmbito da disciplina de Seminário do 4º da Licenciatura em Sociologia da Universidade do Algarve, a Direcção do Curso organizou um ciclo de conferências em Ciências Sociais ao qual deu o nome de «Sociologia ao Fim da Tarde II».

Estas conferências visam contribuir para a troca de experiências entre estudantes, docentes e investigadores e para a reflexão conjunta em torno de trabalhos de investigação em curso ou já concluídos.

Os destinatários são essencialmente os estudantes e docentes da licenciatura em Sociologia e de outras licenciaturas da UAlg, bem como os sociólogos e cientistas sociais eventualmente interessados nas problemáticas abordadas.

Próxima Conferência:
O Papel do Sociólogo no Contexto das Organizações de Saúde
Prof. Doutor Carlos Silva (Universiade de Évora)
Sexta-feira, 14 de Outubro, 17: 00 h,Campus de Gambelas, Edifício da Faculdade de Economia, Anfiteatro -1A,

O Director do Curso de Sociologia
João Filipe Marques

6.10.05


A Bandeira de Portugal

Temos assistido em Portugal a algumas manifestações de patriotismo (todos nos lembramos do Verão do Euro 2004). Contudo, estas manifestações têm tido 'curta duração'!
No dia em que se comemoram 95 anos da Implantação da República Portuguesa vale a pena lembrar o significado e os símbolos da Bandeira de Portugal:

As 5 quinas simbolizam os 5 reis mouros que D. Afonso Henriques venceu na batalha de Ourique.
Os pontos dentro das quinas representam as 5 chagas de Cristo. Diz-se que na batalha de Ourique, Jesus Cristo crucificado apareceu a D. Afonso Henriques, e disse: "Com este sinal, vencerás!". Contando as chagas e duplicando as chagas da quina do meio perfaz-se a soma de 30, representando os 30 dinheiros que Judas recebeu por ter traído Cristo.
Os 7 castelos simbolizam as localidades fortificadas que D. Afonso Henriques conquistou aos Mouros.
A esfera armilar simboliza o mundo que os navegadores portugueses descobriram nos séculos XV e XVI e os povos com quem trocaram ideias e comércio.
O verde representa a cor do mar alto que os portugueses foram os primeiros europeus a sulcar. (A crença popular identifica o verde com a cor dos prados de Portugal ou associa à esperança).
O vermelho representa o sol feérico e incandescente nascendo e declinando sobre as proas e as popas das valorosas caravelas portuguesas, cujo império, pela primeira vez na história do mundo abrangia todo o globo. (A crença popular atribui ao vermelho a cor do sangue dos heróis e mártires portugueses).

Viva a República! Viva Portugal!

Ana Rita Cruz

4.10.05

Onde pára o debate acerca do desenvolvimento regional?

Excerto do artigo Ferrão, João (2004), “Uma política regional para Portugal: sugestões para um programa de acção” Sociedade e Território – Revista de estudos urbanos e regionais, 37 / 38.

A “questão regional” surge, assim, pouco valorizada e, pior do que isso, demasiado associada em termos de opinião pública, a um conjunto de temas limitados e muito marcada por estereótipos de diverso tipo: a oposição Norte-Sul, o ‘interior’, a disputa pelo acesso a fundos comunitários”.


 
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