A Mão Visível
António Perez Metelo
in Diário de Notícias Online
Há 10 000 anos, a domesticação de animais e plantas multiplicou por 100 a produtividade dos caçadores-recolectores, criando sociedades mais populosas e sofisticadas. Há três séculos, ao grito de "Deixem fazer! Deixem passar!", novo período de acumulação acelerada do capital vencia todas as barreiras levantadas pelos rentistas da terra. A questão social passou a dominar a evolução das sociedades. De um lado, o liberalismo, ao prosseguir os interesses de cada um, expressos em total liberdade, afirmava servir o bem comum como nenhum outro sistema. Sem estar isenta de falhas, a famosa "mão invisível" acabaria por conduzir a sociedade na mais segura senda do progresso. Toda a intervenção externa sobre as forças do mercado só afastaria a humanidade do óptimo económico e social.O movimento sindical e operário, erguendo-se contra a exploração desenfreada do capitalismo triunfante, dividiu-se entre aqueles que achavam possível corrigir os excessos expansivos do capital e os que pretendiam substituir o motor anárquico dos mercados, com o seu cortejo de miséria semeada em crises cíclicas, pelo princípio racional do planeamento central, ao serviço do bem comum, desta vez sem antagonismos de classe. Ao fim de 65 anos, esta alternativa ruiu estrepitosamente com o muro que a simbolizava.
O capitalismo abarca, hoje, com minúsculas excepções, todo o planeta. As novas tecnologias propulsionam uma nova vaga, imparável, de expansão global. Mas eis que entra em cena, com protagonismo inusitado, um novo actor: o próprio planeta. Numa mesma semana, ecoam alertas para catástrofes anunciadas por efeito da actividade humana. Seja a extinção de boa parte das espécies marinhas, nas próximas quatro décadas, seja o agravamento exponencial do aquecimento climático do clima.A ciência, regulação dos mercados e o planeamento irrompem, de novo, como elementos imprescindíveis da boa governação para toda a humanidade, obrigada a repensar a sua sobrevivência. Conduzida por mão bem visível.
Posted by Ana Rita Cruz
in Diário de Notícias Online
Há 10 000 anos, a domesticação de animais e plantas multiplicou por 100 a produtividade dos caçadores-recolectores, criando sociedades mais populosas e sofisticadas. Há três séculos, ao grito de "Deixem fazer! Deixem passar!", novo período de acumulação acelerada do capital vencia todas as barreiras levantadas pelos rentistas da terra. A questão social passou a dominar a evolução das sociedades. De um lado, o liberalismo, ao prosseguir os interesses de cada um, expressos em total liberdade, afirmava servir o bem comum como nenhum outro sistema. Sem estar isenta de falhas, a famosa "mão invisível" acabaria por conduzir a sociedade na mais segura senda do progresso. Toda a intervenção externa sobre as forças do mercado só afastaria a humanidade do óptimo económico e social.O movimento sindical e operário, erguendo-se contra a exploração desenfreada do capitalismo triunfante, dividiu-se entre aqueles que achavam possível corrigir os excessos expansivos do capital e os que pretendiam substituir o motor anárquico dos mercados, com o seu cortejo de miséria semeada em crises cíclicas, pelo princípio racional do planeamento central, ao serviço do bem comum, desta vez sem antagonismos de classe. Ao fim de 65 anos, esta alternativa ruiu estrepitosamente com o muro que a simbolizava.
O capitalismo abarca, hoje, com minúsculas excepções, todo o planeta. As novas tecnologias propulsionam uma nova vaga, imparável, de expansão global. Mas eis que entra em cena, com protagonismo inusitado, um novo actor: o próprio planeta. Numa mesma semana, ecoam alertas para catástrofes anunciadas por efeito da actividade humana. Seja a extinção de boa parte das espécies marinhas, nas próximas quatro décadas, seja o agravamento exponencial do aquecimento climático do clima.A ciência, regulação dos mercados e o planeamento irrompem, de novo, como elementos imprescindíveis da boa governação para toda a humanidade, obrigada a repensar a sua sobrevivência. Conduzida por mão bem visível.
Posted by Ana Rita Cruz
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