Sociologia na UAlg

29.9.05



O desenvolvimento social das organizações

por Susana Cabaço
(artigo integrado na newslwtter mensal da Political Insight)



Em meados da década de 90, Renaud Sainsaulieu sublinhava a importância de uma
cada vez maior implicação dos indivíduos nas organizações. Desta forma seria
possível integrar o domínio social no centro dos processos produtivos (sem se
posicionar ‘antes’ ou ‘depois’ do económico).

As vantagens da valorização destes novos factores de competitividade residem no facto de que a autonomia, a criatividade e adaptabilidade ganham um novo espaço face a formas
verticais de organização, onde predomina o funcionamento burocrático e a
hierarquização das estruturas. Este postulado reforça a possibilidade de “a
sociedade começar no trabalho e não na hora de saída”.

Deste modo,
as empresas e organizações não devem limitar-se a declarar a sua missão, a
definir e divulgar um código de conduta, mas serem, sobretudo, capazes de
aplicar esses valores a toda a organização, desde a estratégia às decisões
correntes.

No plano das práticas, a educação e formação ao longo
da vida é cada vez mais entendida como um factor competitivo fundamental, assim
como um elemento de realização pessoal assinalável. A participação em acções de
desenvolvimento local e estratégias activas de apoio a iniciativas das
comunidades deve ser um factor de ligação entre sociedade e empresas, numa
relação em que as duas partes são vencedoras.

A inovação passa em
muito pela capacidade de reconhecer oportunidades onde outros apenas vislumbram
dificuldades. O desenvolvimento social das organizações apresenta-se como uma
estratégia e conjunto de práticas que permite estabelecer uma relação inovadora
entre o plano organizacional e a sociedade numa ‘parceria’ em que ambos procuram
criar um projecto colectivo de desenvolvimento sutentável.


 
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